O dia
31 de Maio estava propício para um passeio à beira Tejo. Foi isso que fizemos no tempo de que
dispúnhamos até iniciarmos a visita à Fundação Champalimaud. O edifício claro,
de linhas simples e formas arredondadas, envolto por espaços verdes de um lado
e pelas águas do rio do outro, contribuiu para que este fosse um passeio muito
agradável.
Lá
dentro, esperavam-nos as amigas e amigos da VCA
com quem conversámos durante algum tempo, até surgir a nossa guia, a
Dra Maria João Villas-Boas, que nos deu as boas vindas e nos proporcionou
uma primeira abordagem sobre a criação, os objectivos e a actividade da
Fundação Champalimaud.
O
empresário António Champalimaud (1918-2004) deixou registada em testamento a
sua vontade de que uma parte da sua herança fosse destinada à criação de um
centro de investigação em ciências médicas. Para dirigir o projecto que iria
materializar o seu sonho, nomeou a Dra. Leonor Beleza.
Após a
sua morte, em 2004, foi escolhido o arquitecto Charles Correa, muito ligado a
Gôa e Portugal, para elaborar o projecto da Fundação e fez-se uma pesquisa a
nível europeu para identificar as áreas científicas que nela seriam objecto de
estudo. Foram escolhidas as neurociências
e o cancro por estarem associadas
a doenças que provocam grande sofrimento humano.
Depois
desta breve síntese, iniciámos a visita
pelo andar superior do edifício principal da Fundação. No segundo andar
deste edifício, estão localizados os laboratórios de investigação em
neurociências, no primeiro os laboratórios de investigação na área da
oncologia, no rés-do-chão os gabinetes destinados às consultas e, no piso
inferior, os espaços onde se faz o tratamento desta doença.
Tivemos
oportunidade de passar pelo corredor envidraçado que liga os dois edifícios
principais da Fundação Champalimaud pela parte superior. Daqui pudemos
disfrutar de uma impressionante vista panorâmica do rio Tejo e dos espaços
exteriores da Fundação.
Seguidamente,
percorremos os laboratórios destinados à investigação em neurociências,
avistámos os laboratórios de investigação oncológica e os gabinetes destinados
às consultas. A importância da investigação aqui realizada é comprovada pelo elevado número de publicações em
revistas científicas de grande prestígio.
É de
salientar uma janela envidraçada existente no primeiro andar, ”a janela da
esperança”, de onde é possível observar a circulação dos doentes no
rés-do-chão. O arquitecto, com esta janela, pretendeu chamar a atenção dos
cientistas para o facto de a sua investigação ter como finalidade o tratamento
de doentes concretos que ali entram e saem todos os dias.
Na zona
do edifício destinada aos tratamentos de rádio e quimioterapia, a nossa guia
chamou a atenção para o facto de existir
um jardim para uso exclusivo dos doentes que ali realizam tratamentos.
A
preocupação em diminuir o sofrimento humano reflecte-se também na criação do
prémio Champalimaud. Este é atribuído, nos anos ímpares, a instituições
internacionais que se tenham distinguido no tratamento de doenças da visão e,
nos anos pares, a trabalhos de investigação científica sobre a visão. Trata-se
de um prémio de um milhão de euros, o que o coloca ao nível do prémio Nobel em
termos monetários.
Em
seguida, visitámos outro edifício integrado no centro, composto por um bar, um
restaurante e um belíssimo auditório.
No
final da visita, a nossa guia esclareceu todas as dúvidas que surgiram e
agradeceu a nossa presença. Nós também agradecemos a disponibilidade
demonstrada para nos guiar, numa visita tão interessante, a um belo e útil
edifício que tanto enriquece a nossa cidade.
Augusta Martins
Maio de 2013
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