Breve Apontamento de viagem
“Mas um
só, que Magriço se dizia,
Destarte
fala à forte companhia:
«Fortíssimos
consócios, eu desejo,
Há
muito já, de andar terras estranhas,
Por ver
mais águas que as do Douro e Tejo,
Várias
gentes e leis e várias manhas.
Agora que
aparelho certo vejo,
Pois que
do mundo as cousas são tamanhas,
Quero, se
me deixais, ir só, por terra,
Porque eu
serei convosco em Inglaterra.»”
Camões, L.,
Lusíadas, Canto VI, 53-54
Se
alguma terra em Portugal pode ter a honra de ser berço de herói de
cavalaria, comparável a qualquer outro cavaleiro estrangeiro
celebrado pelos romances e gestas da Idade Média, será (muito
provavelmente) Penedono, onde terá nascido Álvaro Gonçalves
Coutinho, o famoso “Magriço”.
Penedono
é terra granítica de muita beleza, qual recanto mágico onde o
tempo parece ter parado, dominado por um castelo de estilo
românico-gótico de harmonia ímpar.
Tudo em Penedono foi perfeito, a começar pelo acolhimento, e a terminar na orientação através dos vários monumentos, polvilhados aqui e ali com as réplicas de máquinas de guerra medievais que tornam todo o espaço numa espécie de museu a céu aberto.
Tudo em Penedono foi perfeito, a começar pelo acolhimento, e a terminar na orientação através dos vários monumentos, polvilhados aqui e ali com as réplicas de máquinas de guerra medievais que tornam todo o espaço numa espécie de museu a céu aberto.
Tal
como o “Magriço”, homem forte e corajoso do Douro, somos
portugueses que têm esse desejo ou até vocação de “andar por
terras estranhas”, de ver “mais águas” e “várias gentes”
e conhecer “várias manhas”.
“Não havia fim para a liberdade, ela era
tão vasta como a extensão da terra, bela e cruel como a luz, doce
como os olhos de água.”
Texto: Isabel Gualdino
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