segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

AMANHÃ É OUTRO DIA


Olho o céu escuro
e não vejo  estrelas.
Espera-me uma longa noite,
Deito-me numa cama fria
com almofadas sobrepostas
onde poiso a minha cabeça
cheia de vazio.
De olhos fixos na porta
vejo deslizar fantasmas
de um corpo teu que, por instantes, foi meu.
Como é longa a noite!
sem estrelas e sem lua.
Sobre mim  passam
as emoções que foram nossas.
Passam ligeiras e deixam a saudade.
O sono retarda e a solidão deita-se comigo.

O cansaço da cabeça vazia.
apenas deixa o olhar ver.
Não ouço a tua voz.
Não sinto o teu calor.
Tão só vejo fantasmas de ti.
O sol nasce e bate nos vidros.
É dia. É outro dia.


Poema: Maria da Glória Chagas
Tela: pintor  Pascal Chôve

3 comentários:

  1. Amigas, a escolha da imagem foi perfeita. Parabéns pelo bom gosto.

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  2. Poesia e imagem em completa sintonia. Gostei muito.

    Luísa Ferreira

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  3. Lindissimo poema!
    Parabens pela publicacao.

    Um abraco dalgodrense.

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