
Foi
uma viagem extremamente rica em experiências e aprendizagens tanto
relativamente ao que há de melhor, de construtivo e de belo no ser
humano, como ao que há de pior, destrutivo e horrível.
Trata-se da visita a um Museu e não a um Memorial sobre uma tão negra e assustadora página da história do século XX, mas não de um Museu qualquer em que objetos estão melhor ou pior expostos. É um Museu de vida, de histórias de vida que ainda hoje nos atingem com os seus gritos, medos e esperanças. O nosso coração e o nosso cérebro sente-se compelido a sentir e a pensar no que de mais profundo habita o espírito humano, na sua infinita possibilidade de esconder a maldade, na contradição que a Verdade encerra ( Arbeit macht frei)- nada de mais verdadeiro – mas também nada de mais falso.
A vida, na sua grandiosa generosidade, deu-nos a possibilidade de recordar e aprender mas também de esquecer e ignorar, de viver ou de sobreviver. O posicionamento perante os factos é opção de cada um de nós, e ainda bem que assim é – afinal que valor/mérito teria se todos fossemos obrigados a ser do mesmo modo?
Vou terminar as minhas palavras recordando alguns versos recheados de ironia de um poema de Alexandre O’Neill, que me veio à memória:
«Perfilados
de medo, agradecemos
O
medo que nos salva da loucura.
Decisão
e coragem valem menos
Texto: Isabel Gualdino
Imagens: Francisco Ferreira
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