A
Academia foi fundada no reinado de Dona
Maria
I,
no
dia
24
de dezembro
de 1799,
em pleno Iluminismo,
como Academia
Real das Ciências
.
Com
o beneplácito da rainha, os seus
fundadores foram, respetivamente o seu primeiro presidente e grande
mentor o 2º
Duque
de Lafões
e
o primeiro secretário o Abade
Correia da Serra,
que eram opositores do regime do Marquês
de Pombl.
A
criação deste estabelecimento inseriu-se
numa corrente
antipombalina, contra o estudo das humanidades, que o Marquês fizera
questão em manter.
Em
1783
D. Maria declarou-se protetora
da Academia, que desta forma teve o título de Real Academia.
Tendo
como presidente o Duque de Lafões, o
secretário
o Visconde de Barbacena e o
vice-secretário
o Abade Correia da Serra, a Academia ficou estruturada em três áreas
distintas que se designaram por classes, (Ciências Naturais,
Ciências Exatas
e Belas-Letras), mas
em
1851
as
duas primeiras juntaram-se na Classe de Ciências e a segunda deu
origem à Classe de Letras.
A
designação de “Real” viria a desaparecer em 1910 com a
implantação da República.
A
Academia é uma instituição científica de utilidade pública,
dotada de personalidade jurídica e de autonomia administrativa.
Entre
outras missões cabe à Academia incentivar a investigação
científica, estimular o estudo da língua e literatura portuguesas e
promover o estudo da história portuguesa e das suas relações com
outros países. Desenvolve
Entre
os muitos contributos da Academia para o desenvolvimento da ciência
em Portugal destaca-se o início das observações meteorológicas
em Portugal, pelos académicos Jacob Pretorius e Marino Franzini
(1779-1861).
A
Academia tem dois institutos: -
O
Instituto
de Altos Estudos, presidido por Adriano
Moreira
e
aberto a peritos e cientistas não pertencentes à ACL. Tem
por objetivo
a promoção de estudos avançados em Ciências e Humanidades e
o Instituto
de Lexicologia e Lexicografia da Língua Portuguesa, presidido
por Artur
Anselmo,
visa estimular a preservação e expansão da
língua
portuguesa,
estando aberto também à participação de peritos e cientistas não
pertencentes à ACL. De entre as obras realizadas pelo Instituto de
Lexicologia e Lexicografia da ACL conta-se o Dicionário
da Língua Portuguesa Contemporânea.
Em
2004,
ao proceder-se a obras de manutenção no pavimento do claustro,
foram descobertas sepulturas com ossadas amontoadas. Após
investigações preliminares feitas pelo diretor
do Museu da Academia, Miguel Teles Antunes, descobriu-se que,
misturadas com as ossadas dos frades do convento, estavam ossadas das
vítimas do Terramoto
de 1755.
As ossadas têm sido estudadas por diversos investigadores, tendo
sido feitos dois colóquios inter-académicos
no Salão Nobre sobre esta temática.
Para
além dos recursos próprios, a Academia passou a administrar, a
partir de 1792, o Museu de História Natural doado à Academia por
José Mayne (1723-1792).
Em
1855, por falta de condições financeiras para uma adequada
manutenção do seu espólio, o Museu foi encerrado ao público. Em
1858, o governo decidiu transferir todas as coleções de Zoologia e
Mineralogia para a Escola Politécnica de Lisboa, dando origem ao
Museu de História Natural da Escola Politécnica, depois chamado
Museu Bocage. Este espólio veio a arder no incêndio que ocorreu na
Faculdade de Ciências de Lisboa em Março de 1978.
No
entanto, o legado de José Mayne continua hoje ainda vivo na
Academia, através do Museu Maynense, integrado no Museu da Academia.
Procurando
facilitar o acesso à informação, a Academia disponibiliza uma área
no seu sítio da Internet denominada "Biblioteca Digital –
repositório de informação histórica e científica".
Nesta
área, o público tem acesso, numa primeira fase, a um conjunto de
mais de cem documentos entre manuscritos, livro antigo impresso e
processos individuais dos sócios da Academia. A Crónica Geral de
Hespanha é um dos mais importantes textos da historiografia
medieval, tendo o exemplar da Academia o texto escrito sobre folhas
de pergaminho, contendo um vasto conjunto de iluminuras, das quais se
destacam as letras capitulares, nas aberturas de capítulo ou de
parágrafo.
A
Biblioteca da Academia, integra a antiga Livraria do Convento de
Nossa Senhora de Jesus de Lisboa, composta por um fundo de
manuscritos, incunábulos e livro antigo impresso do século XVI ao
século XIX – sendo, por isso, considerada uma biblioteca
patrimonial.
A
Biblioteca, ocupa o Salão Nobre da Academia das Ciências, que se
destaca pelas pinturas do teto, atribuídas a Pedro Alexandrino de
Carvalho, pelo revestimento das paredes com estantes de talha dourada
e pela galeria em redor de balaustrada contínua. Considerada uma
das mais importantes bibliotecas do país, especialmente para a
investigação nas áreas da Língua e Cultura Portuguesa, está
aberta a membros da Academia, a outros académicos e cientistas e ao
público em geral. Para além de obras modernas, integra a antiga
biblioteca do referido convento, reunindo um espólio com cerca de
3000 manuscritos portugueses, árabes, espanhóis e hebraicos e uma
inestimável coleção de livros dos séculos XIV, XV, XVI e XVII.
Acolhe, também, uma das mais completas coleções de periódicos de
todo o mundo relacionadas com Ciências e Humanidades. Funciona
ainda, como Depósito Legal, onde um exemplar de todo o artigo, livro
ou texto publicado em Portugal é arquivado.
Bibliografia
- Wikipédia, a enciclopédia livre ,
Sítio da
CML-
equipamentos, Observatório da Língua Portuguesa,
www.acad-ciencias.pt
Maria
Fernanda Lopes – maio 2014
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