Não posso pensar
no Natal, sem fazer uma viagem
aos tempos da minha infância em que o Natal era bem simples, sem correrias, sem
luzes, sem confusões...
Apenas a expectativa do Nascimento do Deus Menino nos
movia olhando as estrelas que O anunciavam!
A euforia do Natal centrava-se em duas
coisas: fazer o presépio e esperar que o Menino Jesus descesse pela chaminé na
noite de Natal.
Fazer o presépio era muito divertido, combinávamos com as amigas e vizinhas, pegávamos num balde e íamos para o campo à procura de musgo, e era ver quem arranjava o mais bonito... depois construíamos o presépio. A cabana era feita com pequenos paus, pedras, bocados de cortiça e musgo. Não faltava a aldeia onde passava o rio feito com a prata dos chocolates, as ovelhas, o pastor, a fonte, a senhora com a bilha à cabeça, o anjo... e como ritual na Sagrada Família, o Menino Jesus era o último a deitar-se nas palhinha.
Fazer o presépio era muito divertido, combinávamos com as amigas e vizinhas, pegávamos num balde e íamos para o campo à procura de musgo, e era ver quem arranjava o mais bonito... depois construíamos o presépio. A cabana era feita com pequenos paus, pedras, bocados de cortiça e musgo. Não faltava a aldeia onde passava o rio feito com a prata dos chocolates, as ovelhas, o pastor, a fonte, a senhora com a bilha à cabeça, o anjo... e como ritual na Sagrada Família, o Menino Jesus era o último a deitar-se nas palhinha.
Os
três reis também lá estavam, mas só depois da noite de Natal e todos os dias andavam um bocadinho de
modo a chegarem ao Menino no dia dos
Reis Magos.
A minha família reunia-se em casa dos meus pais em redor de uma lareira que crepitava
chamas de amor e que inundava o coração
de todos, num serão em que os doces e
fritos tradicionais faziam obrigatoriamente parte da festa para delícia
de crianças e adultos.
Na manhã do Dia de Natal era a ida à chaminé para
espreitar os presentes tão desejados e
que o Menino Jesus descendo pela chaminé tinha
deixado nos nossos sapatinhos.
À tarde
após a Missa de Natal, onde beijávamos o
Menino Jesus, percorríamos as ruas da
aldeia com muita alegria, visitando todos os familiares e amigos para admiramos os presépios que eram autênticas obras de arte e ainda
para comer os tradicionais doces de Natal.
Era o verdadeiro Natal dos simples!
Texto e fotografia: Fernanda Lopes
Este texto fez-me recordar o Natal da minha infância. Lembro-me da minha ansiedade, quando no dia seguinte,de manhã, corria até à chaminé e ficava encantada com o pequeno embrulho, sem enfeites natalícios, que o Menino Jesus tinha lá deixado. Sim, o Menino Jesus, não o Pai Natal de quem eu nunca tinha ouvido falar Os presentes pouco variavam: folhinhas de papel com bonecas e vestidinhos para recortar, chocolates Regina ( um luxo !) e coisas de utilidade que a minha mãe todos os anos não se esquecia de colocar no embrulho: meias e roupa interior. Era na verdade um Natal bem simples, mas cheio de encanto: a Missa do Galo, o presépio, antecedido pela a apanha do musgo, o madeiro a arder no adro da Igreja, a histórias de Natal que vinham no "Século", as luzinhas vermelhas e douradas na loja do Sr. Ramos, os cartões de Boas Festas prateados com paisagens de neve e anjinhos no céu a tocar violino. Ah, como era mágico o Natal da minha infância!
ResponderEliminarLuísa Ferreira