segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

FIM DE OUTONO EM SANTANA

E eu observando-as da janela da minha casa, verdadeiro 1º balcão de um cinema ao ar livre.

Elegantes, bamboleiam-se ao som de uma pequena brisa para se refrescarem do calor que se aproxima. Vestem-se de verde, tentando tapar os seus membros magros e elegantes.
Mais tarde - meses mais tarde – vestidas de um verde-garrafa, não deixam apreciar o seu interior. Têm calor, têm sede, resistem, ansiando por um ventinho que não chega.

E eu observando-as da janela da minha casa, verdadeiro 1º balcão de um cinema ao ar livre.

Depois, começam a ficar cansadas. As roupas ficam amareladas ou, até mesmo acastanhadas.
Chega o vento e o frio. Começam a ficar descaídas, tentando aguentar as fustigadas da ventania. Até parece que já não têm graça.
Aumenta o frio, desce a temperatura. O chão do espaço onde habitam está coberto pelos restos das suas vestes. De novo, os seus membros estão despidos.

E eu observando-as da janela da minha casa, verdadeiro 1º balcão de um cinema ao ar livre.
É daqui que assisto ao desenrolar das 4 estações, através de três lindas árvores que me fazem companhia na praceta junto ao prédio onde moro.

Texto e fotografia: Maria da Glória Chagas



1 comentário:

  1. Realmente, o outono é mesmo inspirador. Gostei das palavras e das imagens poéticas que transmitiste. Obrigada, Glória, por partilhares connosco as tuas emoções.

    ResponderEliminar